No Dia do DJ, Doe Dance chega para ajudar quem necessita e combater a guerra de egos na cena


Por: Flávio Lerner

Começa agora, no Brasil, um novo movimento que tem tudo pra ser um importante ponto de virada para a cena eletrônica nacional. Um movimento que, inspirado em uma ação iniciada na gringa há quinze anos, visa utilizar a influência dos agentes dessa cena para um objetivo nobre: ajudar quem precisa.

Encabeçado pelo DJ Ban Schiavon, da escola DJ Ban, o Doe Dance é uma plataforma que congrega DJs, produtores, donos de agência, bookers, jornalistas, demais profissionais do mercado e, claro, os fãs, para arrecadar fundos para causas especiais. A primeira começa agora no Dia do DJ, uma data simbólica, visto que o World DJ Day foi lançado em 2002, na Inglaterra, justamente com esse objetivo. A ação foi uma iniciativa das instituições World DJ Fund e Nordoff Robbins Music Therapy, que usa a música para tratamento de adultos e crianças. Desde aquele ano, portanto, inúmeros DJs como Sasha, Carl Cox, Pete Tong e Danny Tenaglia têm contribuído e angariado muito dinheiro para a caridade.

Neste dia 09, a plataforma será lançada na DJ Ban, com transmissão ao vivo na página da escola e também pela House Mag, que, das 18h e às 21h, realizará entrevistas ao vivo com DJs que estarão presentes, fazendo doações, além, é de também dar a sua contribuição. Nomes como Eli Iwasa, Victor Ruiz e Érica Alves já confirmaram presença. A primeira causa do Doe Dance é ajudar o GRAAC, que atende a mais de três mil crianças e adolescentes com câncer por ano. Esta etapa fica ativada até o dia 1º de abril, totalizando quase um mês de compra e vendas de doações — isto é, os artistas doam seu trabalho, seu cachê, algum disco, promovem workshops; os promoters lançam festas; tudo fica à venda pelo site do Doe Dance, com os valores revertidos para a ONG [além de workshops da DJ Ban, a Semana do DJ da E-DJs também integra o projeto]. Inicialmente, o foco está em São Paulo, mas a plataforma visa ter abrangência global muito em breve.

A partir de então, outras causas serão lançadas, cada uma a seu tempo, sempre mobilizando personagens da indústria da música eletrônica para o movimento. E quem ajuda será ajudado; como afirmou o próprio Ban Schiavon, em entrevista à rádio Energia 97 FM, unindo todos em torno de uma causa maior deve ajudar a superar brigas de egos e a desunião que ainda impera nessa cena. “Queremos fazer a união desse meio musical, porque infelizmente ainda temos uma cultura em que o povo do techno gosta do techno um, mas não gosta do techno dois, que não gosta do techno três; e é tudo techno. E aí o cara do LGBT não gosta do cara do cara do drum’n’bass, que não gosta do reggae…”, disse o DJ. “E é tão complicado, porque a música foi feita pra unir as pessoas, e não estão sendo unidos os profissionais, sempre tem essas panelinhas. Então, o nosso objetivo é dar um stop nessas panelinhas e fazer com que todo mundo abrace a causa e crie atividades.”

“É sinergia. É quando as pessoas fazem o bem e elas acabam se juntando. O grande lance de qualquer profissional é entregar aquilo que ele oferece, não é ele querer ser melhor do que o outro. Então quando nós usamos a música pra ser melhor que tudo, nós temos que olhar somente uma coisa: a causa”, concluiu.

Para conhecer melhor o projeto e entender como você pode participar, basta acessar o site aqui.

 

Sobre o GRAACC

Referência no tratamento e pesquisa do câncer infanto-juvenil na América Latina, principalmente em casos de alta complexidade, e uma das mais respeitadas e bem-sucedidas instituições do País, o GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, criado em 1991, tem a missão de garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura com qualidade de vida. A organização é reconhecida pelos expressivos resultados obtidos na cura do câncer infantil, alcançando índices de cerca de 70%. O GRAACC tem um hospital próprio que, em parceria técnico-científica com a UNIFESP, realiza mais de 29 mil consultas, 1,6 mil procedimentos cirúrgicos e 16 mil sessões de quimioterapia e 5066 sessões de radioterapia anualmente. Com o orçamento para 2016 estimado em R$ 97 milhões, atende mais de 3 mil crianças e adolescentes por ano. Informações no www.graacc.org.br.

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