Revelação na França, MARST está vindo pela primeira vez ao Brasil. Falamos com ele!


Da redação

Ter sua música tocada por lendas da house music e do techno já é uma façanha que enche de orgulho qualquer produtor de musica eletrônica. Então imagine como se sentiu o jovem MARST quando o mítico Laurent Garnier não só passou a tocar suas músicas, como passou a falar para a imprensa especializada da frança que Marst era a maior revelação da cena techno francesa dos últimos anos!

Laurent Garnier jamais erraria, e com o seu aval e suporte, Marst deslanchou rapidamente em sua carreira internacional. Conquistou com suas faixas e remixes os cases de lendas como Dixon, Âme e Agoria, assinou contrato com a gravadora do gigante Solomun, a Diynamic Music, e assinou com a gravadora Bedrock, do mítico John Digweed. 

Com sua primeira tour no Brasil agendada para meados deste ano,  Marst preparou um podcast exclusivo para o selo Timeless Moment  e concedeu uma entrevista exclusiva para a House Mag!

 


HOUSE MAG: Olá Marst, tudo bem ? Você fez um mix exclusivo para a primeira edição do podcast TM Invites, da Timeless Moment. Que tipo de história você quis nos contar neste set? Qual foi a sua inspiração? Colocou algumas faixas exclusivas ainda não lançadas neste set?  

MARST: Olá House Mag!  Sabia que esta é minha primeira entrevista para uma imprensa especializada do Brasil? Estou muito orgulhoso disso, principalmente porque eu amo o seu país.

Este set que fiz para Timeless Moment tem uma pegada  “Deep –Melodic-Techno’ com musicas com muitas melodias e emoção e que eu costumo a tocar ao vivo em meus sets. Eu adoro ser sempre muito eclético, seja nas minhas produções ou nos meus Dj sets. Acho muito importante escutar e estudar todos os estilos musicais, pegando minha inspiração para meus sets de vários gêneros e artistas.  E sobre faixas não lançadas, sim, coloquei duas faixas ainda não lançadas e que vão lançar pela própria Timeless Moment,


HOUSE MAG: Um dos seus primeiros grandes suportes veio do lendário Laurent Garnier.  Como as suas musicas chegaram até ele? Quão importante foi o suporte dele no inicio da sua carreira ?

MARST: Eu tenho uma historia longa com Laurent Garnier. Ele sempre foi um dos meus maiores ídolos desde minha juventude.  Quando tinha 16 anos eu já saia para o ver tocando em Paris e em outras cidades pela França.  Em uma noite, em 2009, eu tentei dar um CD para ele com algumas faixas minhas ainda não assinadas, mais como não o conhecia  e não tinha acesso ao backstage, pedi para um segurança entregar para ele. Mais não é que o safado não entregou, e ao contrario, eu o vi jogando fora!  Foi uma frustração grande rsss.  Porem  dois anos depois, eu já estava enturmado com o staff do Rex Club Paris de tanto frequentar, e quando o Laurent Garnier marcou sua data no clube eu não perdi tempo. Preparei um demo CD com duas faixas minhas não lançadas e consegui entregar para ele pessoalmente. E para minha grande surpresa, apenas alguns dias depois eu recebi um e-mail pessoal dele falando que tinha amado uma das minhas faixas que se chamava “Waterlight”. Continuamos os contatos e ele me informou que estava tocando “Waterlight” em todos seus gigs pelo mundo . Nunca imaginei que isto poderia acontecer logo no inicio da minha carreira.  Este fato foi muito importante na época, pois além de estar com uma faixa sendo tocada em todos os gigs pelo Laurent Garnier, o próprio estava me elogiando publicamente, e isto não só  me deu abertura com varias gravadoras, como impulsionou meu nome rapidamente na cena internacional.  

 

“Lendário Laurent Garnier, o maior apoiador de Marst,  tocando sua faixa “PLUIE  ROUGE “no Time Warp 2016” 

 

 

HOUSE MAG: Marst, você já lançou faixas pelo selo Diynamic Music, do Solomun, e pelo selo Bedrock de John Digweed, duas das gravadoras mais expressivas do mundo da cena deep , Tech and Techno.  Você pode nos contar como é trabalhar em parceria ao Solomun e ao John? Houve uma mudança grande na sua carreira após assinar com estas duas gravadoras lendárias? 

MARST: Foi importantíssimo assinar com a gravadora de ambos, você passa a receber mensagem do mundo todo e sua faixa tem um alcance muito maior, e acaba sendo tocada por muito mais Djs, principalmente os que são fieis a gravadora.  Agora, apesar de eles escolherem pessoalmente as faixas que vão ser lançadas em suas gravadoras e darem o suporte em seus shows pelo mundo, você acaba não tendo um contato muito direto com ambos, pois as gravadoras são grandes e você acaba lidando mais com o seu staff do que com próprio Solomun e o John Digweed.  

 

“ A faixa AQUAMOUR foi lançada no fim de 2016 pela Diynamic Music, do gigante Solomun”

 


HOUSE MAG: A suas produções são bastante melódicas e hipnóticas, misturando elementos de Techno com atmosferas progressivas complexas e profundas. Você pode nos falar um pouco mais do seu processo de produção no estúdio?  Quais são seus principais equipamentos, softwares e hardwares?  Você toca algum instrumento musical ou tem uma historia na musica clássica? 

MARST: Sim, eu tenho um passado na musica clássica acústica. Comecei tocando Bateria logo aos 4 anos de idade em 1992, depois fui para guitarra, baixo e composição musical.  No inicio dos anos 90,o meu primo, que era produtor de Techno, acabou me presenteando com vários dos seus hardwares.  Ele me deu um Sampler, um Korg Wavstation e um Atari ST Computer. A partir dali comecei a brincar de produção musica, pelo que me lembro em meados de 1997.

No meu estúdio eu não utilizo nenhum hardware, eu já utilizei muitos, mais eles já não estavam mais me satisfazendo musicalmente. No momento eu trabalho com Mac Pro, 2 monitores LCD, Um Piano MIDI, um mixer, minha placa de som Fireface 800, e meus monitores de áudio. Eu utilizo muitos VSTs plug-ins e samples que acumulei durante muitos anos . 

Sobre meu processo de produção, eu não tenho nenhum especifico, às vezes eu começo tocando uns riffs no piano, às vezes começo produzindo um groove e depois adiciono os componentes melódicos… Cada dia eu produzo de uma maneira. Mais uma coisa eu sempre faço igual: eu nunca fico mais que algumas horas em uma faixa.  As minhas melhores faixas foram feitas em 1-2 horas no máximo (logico que estou falando da parte de composição, e não do mixdown ) .


HOUSE MAG: Vamos falar dos seus planos para 2017.  Quais faixas e remixes você já tem agendado e quais gravadoras já estão confirmadas?

MARST: Eu tenho alguns lançamentos muito especiais em 2017, e acredito que este vai ser o meu ano mais forte até hoje.  Tenho um EP pela Definition Music de Zurich, um ep pela Sweet Melodic com um remix do lendário Sebastien Leger,  um EP pela King Street Sounds de Chicago, um remix para meu compatriota Rafael Cerato pela Click Recordings de Amsterdam e o meu EP ‘Amor” que será lançada pela Brasileira TImeless Moment. 

Tenho alguns lançamentos a mais engatilhados por algumas gravadoras gigantes, porem não posso falar o nome delas ainda..surpresaaaaa! Rss fiquem ligados!!  

 

“ÂME tocando a faixa INSANE de Marst, que irá lançar em 2017. O Artista não pode revelar a detalhes do lançamento e gravadora.”  

 

HOUSE MAG: O Rex Club em Paris é um dos clubs mais lendários da cena underground da Europa. Qual é a sensação de tocar neste mítico club? Poderia nos falar um pouco mais da cena underground da França, clubs e etc? 

MARST: O Rex Club foi a minha segunda casa como night clubber , então quando finalmente pude tocar lá. foi uma sensação incrível, já que cresci vendo os meus maiores ídolos do underground tocando naquela cabine. O Sound system é incrível, só estando lá para ver a clareza que as frequências batem na pista. A cabine do dj é perfeita, com equipamentos de ultima geração e uma conexão muito boa com o público.  Mais a França não é só o Rex Club, temos club incríveis e grandes festas. Posso citar alguns como Badaboum,  Nouveau Casino, Faust, Concrete entre outros.  

 

“DJ Set de MARST gravado em vídeo na integra no Rex Club Paris”

 

 

HOUSE MAG: Marst, você está vindo para o Brasil neste outono.  Esta será a sua primeira tour por aqui? Você tem alguma relação especial com o Brasil?  E sobre artistas brasileiros, quais são seus favoritos no momento?

 

MARST: Esta será a minha primeira vez no Brasil levando minha musica como DJ, porém, minha primeira vez no Brasil foi uma viagem de férias que fiz a São Paulo em agosto do ano passado. Eu fiquei durante 15 dias , e acho que foram os 15 dias mais loucos de toda minha vida. Eu conheci pessoas que se tornaram grandes amigos e revi uma menina maravilhosa que conheci em Rouen, minha pequena cidade na França.  Mais vocês podem imaginar que uma história de amor a tantos quilômetros de distancia não é nada fácil de gerenciar.

 Eu sou um grande fan da musica Brasileira desde muito tempo, mais o fato de eu ficar em São Paulo por alguns dias me fez conhecer artistas como ‘Criolo’ (“Não Existe Amor em SP” é definitivamente a musica que marcou minha estada em SP).

Sobre artistas do Brasil dentro da musica eletrônica, minhas maiores referencias são Gui Boratto e Renato Cohen.

 

HOUSE MAG: Obrigado pela entrevista Marst! Gostaria de deixar alguma mensagem para os seus fans no Brasil e aos nossos leitores?

Eu te amo Brazil!  

 

 

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