Fabio Santanna fala sobre seu novo EP, relação com a música brasileira e novidades da carreira em entrevista

Fabio Santanna é aquele artista que vive na vibe da inovação constante, criativo por natureza. No final do ano passado, lançou seu álbum de 12 faixas, ASA, pela Dippin’ Records, jogando luz na sonoridade disco-boogie brasileira que ele tanto ama e difunde. Agora, apenas alguns meses depois deste trabalho que recebeu até uma prensagem em vinil, Fabio chega para divulgar o seu mais novo EP, Dendê Funk, uma parceria fervida com o produtor baiano Processman e assinado pela Aureum, o selo de Bruce Leroys.

Neste trabalho, os artistas mergulham fundo na fusão das culturas musicais da Bahia e do Rio de Janeiro, criando um universo sonoro onde as batidas do House, os grooves da Disco e as influências do Funk se entrelaçam de forma bem diferente. É um EP que captura a energia dos bailes cariocas e a riqueza percussiva do ritmo africano ijexá, tudo envolto em letras que celebram a diversidade e a história cultural dessas duas cidades tão emblemáticas para a música brasileira. 

Então, aproveitamos a oportunidade para falar com Fabio sobre Dendê Funk, mas também para arrancar algumas outras novidades da carreira dele. Ouça o EP enquanto faz a leitura:

HM: Fábio, obrigado por nos receber. Queríamos entender primeiro de onde vem essa sua forte influência e o amor pela música brasileira.  É algo familiar? Ou você foi construindo sozinho aos poucos pela vivência no Rio? 

Salve! Eu que agradeço, amigos. Sempre muito bom poder falar de música com vocês! 

Como qualquer brasileiro, somos rodeados por essa música única, diversa e gigante que faz parte do nosso patrimônio cultural, então para mim é bastante natural ter esse apreço enquanto músico e artista brasileiro que sou. Vai além de ter nascido no Rio…

HM: E este novo EP tem muito da música brasileira, né? Como começou a criação dele? Você já conhecia o Processman? Em que momento vocês se conheceram e se conectaram para começar a trabalhar juntos? 

As minhas parcerias sempre vem através de uma conexão musical. Eu e Process já nos falávamos através das redes e temos uma linha muito parecida musicalmente, admiramos o trabalho de cada um, então estávamos sempre em contato e trocando ideias. Process assim como eu também é músico, o que nos aproximou mais ainda, mas não lembro o momento certo que começou, mais foi a conexão musical o fator mais importante sem dúvida. Mais pra frente, Process veio ao Rio e ficou aqui em casa, aí rolou bonito aquela jam Rio-Bahia groove.

HM: Suas raízes são genuinamente cariocas e as dele, baianas. Então foi muito interessante ouvir essas referências distintas no EP. Como foi pra você trabalhar com essas diferentes sonoridades no estúdio? Mais difícil que o usual? Ou foi aquele desafio bom e prazeroso de encarar?

Na verdade foi fácil e bem tranquilo, fluiu bacana. Nos dois somos produtores já com bastante experiência, então a troca era natural, uma soma como tem que ser. Às vezes esse lance das fronteiras é só uma linha imaginária, na real bebemos da mesma água, eu amo a cultura baiana e o Process também a carioca que fazem parte da nossa formação, os bailes blacks, o Axé, o funk, o afro… o desafio foi na real parar de fazer groove (risos). Muitas ideias!

HM: Essa é sua primeira aparição na Aureum, selo que vai de encontro com o que você busca na música enquanto artista, a busca pela valorização da música nacional, brasileira raíz. Então imaginamos que esse trabalho deve ter um significado especial pra você, não é? Ainda mais por fortalecer a parceria com os headlabels do Bruce Leroys…

Todo lançamento é sempre muito especial para mim, esse tem aquela cereja do bolo, porque trabalhar com amigos que admiro musicalmente é sempre uma alegria, dividir, somar e aprender. Tenho muita admiração enorme pela dupla do Bruce Leroys, os caras prezam demais o lance bem feito, bem arrumado. Curto muito isso.

HM: Antes deste EP, você lançou o álbum de 12 faixas ASA. Como você compararia a experiência de criação entre um projeto extenso como ASA e um EP mais concentrado como Dendê Funk? Lá você também contou com colaborações?

Sim, tiveram várias. Nunca faço nada sozinho. Além de grandes músicos que participaram, sempre conto com a ajuda de Pedro Poyart que me ajuda na co-produção das faixas.

HM: E quais são seus próximos passos a partir de agora? No seu Instagram, você disse “mês repleto de músicas”. Já tem outros projetos em andamento e mais lançamentos confirmados? 

Sempre tem coisa nova, esse é o combustível. Estar disponível pra começar novamente, aprendendo, compartilhando , criando. O que posso dizer é que vem mais dois grandes lançamentos esse ano.

HM: Profissionalmente falando, o que você vai buscar nos próximos meses e até mesmo nos próximos anos? Pretende arriscar algo novo ou a ideia é consolidar o trabalho que você já vem fazendo? Quem sabe algum artista novo pra colaborar… 

A música para mim é uma entidade viva, não tenho fronteiras como já disse. Sou de uma geração que ouviu de tudo, jazz, soul, funk, house, disco, brasilidades, afro… Tá tudo em mim, então as possibilidades são sempre variadas.

HM: Pra finalizar: a partir da sua percepção, quem mais da cena tem feito um trabalho maneiro que vale a pena a galera acompanhar? No sentido de ser um som diferente do comum… 

Não sou bom de dar nomes, ouço muita coisa, mas segue as que to ouvindo no momento: Voilaaa, L’Imperatrice, Channeltres, Diogo Strauss, Pure Clous… é isso. Valeu!!

Por assessoria

Deixe um comentário

Fique por dentro